Não são os prémios que dão valor aos livros.
São
os livros que dão valor aos prémios.
Venho pensando neste exercício de apresentação de livros e do alcance que
devemos dar a ele. Olho para mim nesta actividade e não sinto mais nada senão a
responsabilidade. Quando recebo um convite desta natureza pairam em mim algumas
perguntas: Quem eu sou? De quem é o
livro? Quem serão as pessoas que me irão escutar? E por que razão o livro deve
ser apresentado? Sinceramente (e por agora), só tenho respostas para a
primeira e a última (quem eu sou e o por
que razão o livro deve ser apresentado?)
Quanto a esta primeira pergunta, apenas sei que não sou um influencer com poder de vos fazer comprar o livro à força, como quem diz “se ele falou tão bem do livro, deve ser bom”. Não, não sou…felizmente! Imaginem se eu fosse uma dessas entidades com o nome já firmado no âmbito académico, cultural ou político. Estaria aqui numa espécie de saia justa. Teria de escolher entre falar bem do livro, com o risco de comprometer a minha imagem se o livro for mau; ou ter de ser sincero relativamente aos aspectos negativos do livro para salvaguardar a minha honra, e ser tomado como incoerente tanto pela editora, quanto pela autora, pela natureza desta actividade. Mais adiante retomamos o sentido desta incoerência a que me refiro.