sábado, 6 de abril de 2024

“na escrita lavo-me de tudo: é nela que a minha alma encontra paz”

É daqueles brôs que a literatura me deu. Há um par de anos, eu passava a vida fazendo graça com a sua rotina profissional e pessoal. Dizia-lhe: “é o gajo que vive em Chókwè, e dorme em Guijá”. Fazia esta graça partindo do pressuposto de que a gente vive onde trabalha. Hoje passo exactamente pela mesma situação, entre Chongoene e Xai-Xai. A vida é assim; prega-nos algumas partidas. Lembro-me, até, de um provérbio tsonga que se refere a isto: “não te rias do rastejar da cobra, porque as outras que estão nos ninhos te estão a ver.”

Mas, prontos, não foi por isso que eu parei de fazer graça com a circunstância profissional e pessoal do homem. Fi-lo quando percebi que tem uma relação intrínseca com o distrito de Guijá, que, se calhar, não se encontre em alguns nativos daquela topografia gazense.

quinta-feira, 4 de abril de 2024

"É possível viver de poesia. O importante é que as pessoas descubram as oportunidades que a literatura tem."

É Alex Barga. A leitura deu-lhe este nome. Antes deste, já era Alex Nhabanga. A sua vida resume-se na literatura. Vive e respira poesia. Acredita que a poesia seja a língua dos poetas.
É, em síntese, um gajo de papos. Bons papos. Estivemos, há dias, a ter uma cavaqueira telefónica sobre isto e aquilo. E, claro, surgiram bons papos. A malta de livros tem disso. Por sermos ilhéus nestas coisas de gostar de ler e fazer ler, acabamos criando uma espécie de “coitadismo” que nos une. É estupendo!