quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Formação de um Português Moçambicano ou Acomodação de construções Erróneas?!

No quotidiano da comunicação moçambicana, nos médias, nas universidades, sempre se nos aconchegam ao nosso ouvido informações relativas à existência de um português moçambicano (PM), caracterizado por apresentar desvios da norma padrão (PE), e ainda pelos neologismos, (integração de novas palavras que não existem na língua padrão, caso de machimbombo, machamba, chapa, etc., ou ainda a integração de algumas palavras provindas das Línguas Bantu, caso de Timbila, phahlar, etc).

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

As Marcas da Negritude na Poesia de Francisco José Tenreiro, Caso de “Coração de África” & “Mãos”.

Os movimentos Político-culturais do princípio do século XX, caso concreto da Negritude que tinha como grande ideia a busca e revalorização das raízes culturais africanas, crioulas e populares, tiveram uma grande importância para o desenvolvimento das Literaturas Africanas de Expressão Portuguesa. Foi através destes movimentos que os poetas conseguiram delinear as formas de afirmação da sua produção artístico-cultural, e até literária.

O Hibridismo Cultural em "Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra". De Mia Couto.

A Literatura é uma instituição  cuja linguagem é o seu meio de expressão. A linguagem é um produto ou criação social e é, pois, uma das formas de manifestação cultural, pelo que a literatura, para além da função estética, está revestida de funções social e cultural como fundamentais.
THOMAS WORTOS apud WELLEK (1955: 124), defende que a literatura possui o mérito peculiar de registar fielmente as feições dos tempos e de preservar a mais pitoresca e expressiva representação dos costumes sócio-culturais das sociedades, expondo certos fenómenos como: o ódio das classes, o amor, a conduta, os costumes e as aspirações sociais.

sábado, 10 de novembro de 2012

Será que nós matamos o Cão tinhoso?

Quem leu Nós matamos o cão tinhoso de Luís Bernardo Honwana, percebe neste conto (que dá título à obra que se apresentara como proposta da emancipação da narrativa em relação à preponderância da poesia no seio da literatura moçambicana), algum tom confessional e que perpassa questões de ordem político-ideológica. Vejamos: com o desenrolar da leitura, somos encaminhados a um sistema de equivalências no qual o Cão Tinhoso (feio, de pele velha, nojento, ossos a chiar de fragilidade, débil, envelhecido, fraco e doente,) representa, assim, o sistema colonial, o colonizador decadente, em vias de ser destruído.