segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

MODOS DE EXPRESSÃO NUMA NARRATIVA

Uma narrativa pode apresentar várias modalidades de discurso. O discurso do narrador, mais próximo da ficção narrada, no qual encontramos a narração e a descrição e, por outro lado, temos o discurso das personagens mais distante do narrador que se apresenta sob as formas de diálogo e monólogo.
No que diz respeito à narração, esta corresponde ao “relato de acontecimentos e conflitos situados no tempo e encadeados de forma dinâmica”.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Formação de um Português Moçambicano ou Acomodação de construções Erróneas?!

No quotidiano da comunicação moçambicana, nos médias, nas universidades, sempre se nos aconchegam ao nosso ouvido informações relativas à existência de um português moçambicano (PM), caracterizado por apresentar desvios da norma padrão (PE), e ainda pelos neologismos, (integração de novas palavras que não existem na língua padrão, caso de machimbombo, machamba, chapa, etc., ou ainda a integração de algumas palavras provindas das Línguas Bantu, caso de Timbila, phahlar, etc).

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

As Marcas da Negritude na Poesia de Francisco José Tenreiro, Caso de “Coração de África” & “Mãos”.

Os movimentos Político-culturais do princípio do século XX, caso concreto da Negritude que tinha como grande ideia a busca e revalorização das raízes culturais africanas, crioulas e populares, tiveram uma grande importância para o desenvolvimento das Literaturas Africanas de Expressão Portuguesa. Foi através destes movimentos que os poetas conseguiram delinear as formas de afirmação da sua produção artístico-cultural, e até literária.

O Hibridismo Cultural em "Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra". De Mia Couto.

A Literatura é uma instituição  cuja linguagem é o seu meio de expressão. A linguagem é um produto ou criação social e é, pois, uma das formas de manifestação cultural, pelo que a literatura, para além da função estética, está revestida de funções social e cultural como fundamentais.
THOMAS WORTOS apud WELLEK (1955: 124), defende que a literatura possui o mérito peculiar de registar fielmente as feições dos tempos e de preservar a mais pitoresca e expressiva representação dos costumes sócio-culturais das sociedades, expondo certos fenómenos como: o ódio das classes, o amor, a conduta, os costumes e as aspirações sociais.

sábado, 10 de novembro de 2012

Será que nós matamos o Cão tinhoso?

Quem leu Nós matamos o cão tinhoso de Luís Bernardo Honwana, percebe neste conto (que dá título à obra que se apresentara como proposta da emancipação da narrativa em relação à preponderância da poesia no seio da literatura moçambicana), algum tom confessional e que perpassa questões de ordem político-ideológica. Vejamos: com o desenrolar da leitura, somos encaminhados a um sistema de equivalências no qual o Cão Tinhoso (feio, de pele velha, nojento, ossos a chiar de fragilidade, débil, envelhecido, fraco e doente,) representa, assim, o sistema colonial, o colonizador decadente, em vias de ser destruído.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

ALTERAÇÕES LEXICAIS NO PORTUGUÊS EM MOÇAMBIQUE

Do ponto de vista linguístico, Moçambique é um país heterogéneo, isto é, há várias línguas que coexistem neste mesmo espaço. Por um lado, existe um grupo de línguas autóctones (de raiz bantu), por outro, existe o português e outras línguas estrangeiras. Num total de mais de vinte línguas, maioritariamente do grupo bantu, o português é falado por cerca de 39,6% de moçambicanos (de acordo com Censo de 1997), foi adoptado como língua oficial (utilizada na administração e no ensino) e é, maioritariamente, adquirido como língua segunda (L2), tendo assim como modelo o português europeu.

domingo, 12 de agosto de 2012

Unidade nacional na diversidade cultural

Se o discurso politicamente correcto fala de unidade nacional, o politicamente incorrecto questiona até que ponto se pode falar de uma unidade como sinónimo perfeito de homogeneidade.
Talvez para a melhor enquadramento semântico do assunto que aqui pretendemos discutir, urge trazer algumas questões basilares que vão, se calhar, cimentar o nosso entendimento do assunto.
Será que podemos usar a expressão unidade nacional no sentido de convenção? Mutua inteligibilidade dos assuntos tribais? Ligação intima? Comungar de ideias? Cumplicidade? Ou mesmo união! Afinal o que é unidade nacional? Como os elementos de uma determinada sociedade podem ser designados por unidos? O que deve  haver  de comum ou de diferente e com que grau para que se cunhe o termo de forma pura e consensual? Ou talvez o termo certo para nos referirmos a uma sociedade que em muitas vezes se caracteriza por diversa nos seus variados aspectos seja “convenção”(convenção Nacional).

sábado, 11 de agosto de 2012

CONTO e CRÓNICA: QUE DIFERENÇAS?

Pelo devasso vício de escrever, são várias as vezes em que nos chega a vontade de juntar letras para falar de alguma coisa que não seja nada. Costumamos ser felizes nisso, porque há sempre algo que sai, a que todos chamamos de texto __ mas que tipo de texto é?
Essa é sempre uma boa pergunta!

sexta-feira, 27 de julho de 2012

NÍVEIS DE ANÁLISE TEXTUAL

São vários aspectos que devem ser considerados quando se está para analisar um texto. Contudo, a este artigo interessa abordar questões basilares no que concerne pura e simplesmente aos níveis de análise textual, que poderão ser aprofundados com mais pesquisas acerca do assunto.
Assim, poderia avançar os três níveis de análise textual que andei encontrando algures, que são: o nível pré-textual, o sub-textual e o Textual.

POESIA MOÇAMBICANA DE HOJE

É certo que esta não é a forma mais ideal de dar início a um artigo, até para o mais extraordinário dos escritores, mas devo, antes de mais, ressaltar a dificuldade que só ninguém não enfrenta quando se trata de falar deste assunto __ Poesia moçambicana de hoje.

A primeira seria o facto de ser, ainda, um fenómeno numa fase que podemos considerar embrionária e por assim ser, torna-se difícil indagar acerca dele tanto para mim assim como para qualquer historiador da literatura com a lucidez em dia.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Um convite à leitura d'O último voo do flamingo de Mia Couto

“O último voo do Flamingo”, romance de Mia Couto, é uma obra em que se aborda o período pós-guerra civil em Moçambique. Uma ficção sobre os tempos em que estiveram neste país soldados da ONU integrados na missão de manutenção de paz. O romance narra estranhos acontecimentos de uma pequena vila imaginária “onde acontecimento era coisa que nunca sucedia e que só “os factos são sobrenaturais”.
O narrador conta que certo tempo depois de cessada a guerra em seu país, alguns soldados da ONU explodiram. “Simplesmente, começaram a explodir. Hoje, um. Amanhã, mais outro. Até somarem, todos descontados, a quantia de cinco falecidos” em circunstâncias que não são explicadas de forma plausível.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

G.U.N (governo de unidade nacional)

É um facto que em África, palavras correspondentes a línguas europeias tomam novos valores semânticos devido ao contacto com a cultura africana. Porém, por tão vasto que seja este argumento, não engloba palavras como “vencedor” e “vencido” que desde a primeira noção de jogo introduzida pelos jogos olímpicos na Grécia antiga, é de senso comum que estas palavras identificam e consequentemente distinguem pessoas/grupos que ocupam “estatutos” diferentes.

sábado, 9 de junho de 2012

Clitização

Clitização
 é um processo   que estuda a colocação dos pronomes clíticos, ou pronomes átonos, sendo me, nos, te, vos, o, a, lhe, os, lhes, as e se, BERGSTRON & REIS (1999: 109).
Apresentamos a seguir um quadro sintético de clíticos não reflexos e reflexos, consoante a pessoa gramatical e a forma casual a que correspondem (ibidem):

domingo, 29 de abril de 2012

INTERTEXTUALIDADE, O QUE É?

Tendo em vista uma melhor compreensão da intertextualidade como fenómeno literário, nos é urgente relacioná-la a situações vividas no nosso dia-a-dia. Vezes sem conta, ouvimo-nos fazendo alusão a algo dito por alguém do nosso meio social, a discursos políticos, a factos históricos, pensamentos filosóficos e até ditos populares. E, tal alusão é normalmente revestida ou de intenções positivas ou de intenções negativas. O que significa que essa alusão feita a tal facto ou manifestação visa, essencialmente, “exibir” até que ponto estamos pró ou contra determinada postura.

PERIODIZAÇÃO DA LITERATURA MOÇAMBICANA

É um facto consumado que o conhecimento acerca da literatura moçambicana no que diz respeito à sua periodização, tem sido o “calcanhar de Aquiles” de muitos perante debates acerca das peripécias desta literatura e suas adjacências. Sabe-se sim, do que poderíamos chamar de momentos desta literatura (pré-colonial, colonial e pós-colonial), com maior ou menor consistência mas a verdade é simplesmente esta: é possível “jogar conversa fora” acerca da moçambicana literatura baseando-se em abordagens que se quer roçam o assunto__ periodização.
Afinal, o que é periodização?