quarta-feira, 20 de março de 2024
“a escrita ajuda-me a entender melhor a mim mesmo e ao mundo ao meu redor”
segunda-feira, 18 de março de 2024
“através da literatura, tornei-me em alguém que outras pessoas desejam ser”
Despertara esta componente entre os anos 2012/2013. “Comecei a notar que o que escrevia não me pertencia: era propriedade dos outros. Entendi, desta forma, que ao publicar os textos que escrevia, incentivava outras pessoas a lerem ou a se interessarem pelo mesmo ofício.”
sábado, 16 de março de 2024
“Teria enveredado para o mundo da prostituição ou das drogas. Mas encontrei, na escrita, um porto seguro”
quinta-feira, 14 de março de 2024
“a poesia tem-me dado oportunidade de viajar pelo país inteiro”
Projecto Ciclo de conversas "Ganhos do Percurso"
quarta-feira, 13 de março de 2024
“Escrever permite drenar, no papel, as frustrações do indivíduo e transformá-las em objecto de arte”
Desta vez, a conversa foi ao encontro do Escritor. Nesta qualidade, adopta o pseudónimo de Rey Mataka VII. Para si, a escrita deixou de ser um hobby para se tornar numa actividade mais consciente, a ponto de pensar em publicar um livro, a partir da altura em que começou a interagir directamente com outros escritores. Cá entre nós, é uma consciência tardia, se considerarmos que escreve poesia e prosa desde 1992. Vês, já lá vão 32 anos. Sim, isso mesmo: 32. Durante muito tempo escrevia de si para si. Não partilhava. De alguns anos para cá, passou a participar de lançamentos de livros, saraus culturais em Maputo e em Gaza.
A Influência do Rap na Produção Literária Moçambicana Pós-2000: diagnóstico de [possíveis] interfaces discursivas[1]
1. Considerações iniciais
A partir da segunda década do século XXI, regista-se, no mercado livresco
moçambicano, a publicação de várias obras de autores moçambicanos jovens,
muitos deles estreantes embora já tivessem publicado textos em antologias e
periódicos nacionais e estrangeiros.
Tal geração de escritores, nascida entre os anos 80 e 90, publica os seus
primeiros livros neste período caracterizado por uma massificação de editoras
independentes, de associações e festivais literários, de periódicos
electrónicos (sites, blogs, vlogs, revistas, fanzines, etc.) que, estando à
margem dos canais “oficiais”, marcam a pauta literária deste tempo tal como
acentua a Professora Fátima Mendonça em texto publicado no jornal O País, dia
05 de Setembro de 2017, nos seguintes termos:
São uma geração das novas tecnologias, aberta a um mundo em que as fronteiras se tornam porosas, que conscientemente aproveita as vantagens dos caminhos abertos pela Internet, no Facebook, nos blogs em todo esse aparato tecnológico que integra soluções culturais para o nosso presente e que no caso de países como Moçambique em que existe uma hipertrofia dos grandes centros urbanos, permite colmatar as assimetrias existentes.