“se a literatura termina só no deleite, eu acho que alguma coisa está aí a falhar”
Ainda estava a nutrir um luto que transcende espaços e tempos do rap
nacional. What? Foi a primeira palavra
que redigi quando soube do infortúnio através de uma plataforma virtual: foi a
minha forma de traduzir o choque.
Neste canto do hemisfério, quando alguém parte, a vida pára: sem festas,
sem ruídos, sem coitos, etc. Para mim, estas conversas são uma festa. Nas
festas gera-se ruídos. Os ruídos que desta festa podem advir incitam coitos.
Destes, a fecundação das almas, quer gostem ou não de rap. É inevitável. Conduzi
as conversas entre Janeiro e Fevereiro últimos, longe de imaginar que o nosso
tópico conversacional passaria a ter um novo marco: 9 de Março.
No início achei que estivesse a conversar com amigos/colegas escritores que gostam de rap. Debalde. Estes tipos são pensadores. No caso deste, foi fácil perceber: ali sentado, na sua, no meio de umas tantas pessoas que estavam ávidas em acompanhar as incidências do sexto festival internacional de poesia (em Xai-Xai), aparentemente aéreo mas atento ao que se estava a tratar e quieto. Quem não o conhecia não poderia adivinhar a desenvoltura do papo que desenvolve. É coisa dos poetas e pensadores. Gostam de ler. Não só os livros, mas os ambientes em que se encontram, sobretudo quando lhes são algo novo. “É o Ernestino Maute”? Perguntei.