…esta coisa da
militância multipartida pela leitura e escrita literária não é de hoje no
contexto moçambicano. Não é preciso que haja uma pesquisa exaustiva para
perceber isso. Basta ler a biografia de um autor para perceber que além da sua
entrega como poeta, cronista, contista, romancista ou outro “ista”, o mesmo
desenvolvia actividades adjacentes ao livro/escrita: Jornalismo, Edição,
Revisão, Crítica Literária, etc. Ninguém teve uma só musa. Tinham todos de se
repartir entre escrever e criar condições para que o livro chegasse ao leitor.
Vale, no entanto, ressaltar que, nestes tempos pós-2000, há uma entrega muito mais ousada e contra-hegemónica. Com a “morte” das páginas culturais nos jornais (repito, culturais, não musicais nem de entretenimento), a internet, na sua constante busca pela afirmação enquanto quinto poder, dá ferramentas digitais para que os jovens, independentemente de onde estiverem, contribuam sobremaneira para movimentar o sistema literário. É mesmo isso: movimentar, gerar debates, informar, criar alaridos, coisas assim. Quer queiramos, quer não: a coisa funciona, até certo ponto.
Apesar disso, não
se pode deixar de apontar inconsistências decorrentes desse exercício de
militância fora dos canais tradicionais. Com esta azáfama e facilidade de cada
um escrever o que lhe ocorre na alma sem sequer um crivo institucional, que
caracteriza uma redacção de qualquer periódico que se preze, cada um movimenta
o sistema a seu bell-prazer e não são poucas as vezes em que tal é feito com
inconsistências graves do ponto de vista epistemológico e, até, linguístico.
Resultado: fossiliza-se achismos tidos como verdades.
Talvez por eu
fazer parte deste grupo de entusiastas, não vejo mal nenhum nisso. “Para mim a
cena está maningue nice, mesmo assim, tasaver!?”
Num contexto em
que as academias, por exemplo, agem como “torres de marfim”, é cada vez mais
importante que estes canais sejam conhecidos, porque acabam fazendo um pouco
mais do que, efectivamente, seria da sua “alçada”. É interessante que a este
respeito, Noemi Alfieri tenha recentemente admitido que a crítica literária
feita fora da academia parece-lhe mais útil (Cf. Jornal Angolano de Artes e
Letras, 31 de Janeiro de 2024).
Já agora,
aproveito o ensejo para dar eco à sugestão de Jessemusse Cacinda de fazer com
que estes canais sejam mais conhecidos.
Vejamos abaixo
algumas sugestões destes canais contra-hegemónicos:
1.
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https://www.facebook.com/tenacidadedaspalavras?mibextid=2JQ9oc
2.
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https://www.facebook.com/catalogusautores?mibextid=2JQ9oc
3.
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https://www.facebook.com/mbengamz?mibextid=2JQ9oc
4.
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https://www.facebook.com/revistaentreaspas?mibextid=2JQ9oc
5.
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https://www.facebook.com/profile.php?id=100089162089751&mibextid=2JQ9oc
6.
👇
https://www.facebook.com/revistaliteratas?mibextid=2JQ9oc
7.
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https://www.facebook.com/qawwi.reviews?mibextid=2JQ9oc
8.
👇
https://www.facebook.com/rectasletras?mibextid=2JQ9oc
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