(aos Napoleões de George Orwell)
I
…pelos acertos do tempo.
Galvanizamo-nos. E demos
graças a tal ímpeto e bravura.
Que os ventos da redenção
ante os sinuosos trilhos
por que migramos. Fazem-se e
desfazem-se no nosso tacto,
teto e tez. Mas deles nem memória.
II
…por esses trilhos. Filhos
bastardos de uma mãe. Que
nos acolhe o umbigo em si soterrado.
Fizeram-se diáspora de si próprios.
Porque inda que lhe seja negada a
sombra. O caracol carrega
consigo a concha.
III
…e agora. Que lhes cabe o bond
ou pólen para se fazerem verso
ou prosa. Quantos caracóis cabem
na memória do nosso esquecimento?
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