...este desaire de alegrias leitosas
com que o fulgor dezembrino me brinda,
esfervilha a carne descoberta
por que passa este líquido,
sem que lhe ocorra que
as feridas em que baila e tirlinta
foram, também, lar de pousio
das balas de AK-47 e outros tubos
por que a pólvora migra...
Diante da prece para que a peste-19
não me aprece a partida
o pedir para viver desvive
ante os canhões antropófagos
prostrados em braços
sem rostos qual momomos
nunca antes vistos
mas venerados em porções de medo
e quebranto...
Com a carne farfalhada de dor
e a alma dentro
presa num galho de medo
vislumbro em slideshow
este picandpay dezembrino
certo de que um pai natal
sempre esquivo
se desfaça em pedaços de
um não sei quanto de irmãos natais…
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