Para
os estudiosos e policiais assumidos da língua, a isto chamaríamos de extensão
semântica: refiro-me às conotações que podem advir do uso do termo “COMER”.
Vejam:
todo santo diabo que se diz macho, quando atingido pela vontade que condiz com o
seu papel para com as fêmeas diz: estou com uma AVC a minha namorada, noiva,
baby, chick, darling ou gaja, para os mais grosseiros (grosseria ou não, cada
um cria um nome a seu gosto e vontade para a sua flor-de-lótus).
Todavia,
seja qual for a conotação, a ideia de “comer” remete-nos ao processo de
introdução de algo no órgão receptor do sujeito comedor…
Ora,
quando o sujeito diz ter uma AVC a sua…[nota: aqui AVC, sugere qualquer coisa como:
ALTA VONTADE DE COMER…] está de alguma forma a dizer que vai, através dum
dispositivo receptor, receber o objecto a ser comido…
Entretanto,
porque o exercício pleno do seu mais nobre papel machista remete-me a um processo
inverso daquele que se supõe quando ele diz ter um AVC, a questão que aqui se
recusa a calar é a seguinte:
Quem
é o/a comido/a: quem é o sujeito comedor?
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