Falava, então, da famosíssima, tempestiva, milagrosa, salvadora, histórica
e única tabela salarial que por muitos é aguardada na mesma proporção com que
se aguarda pelo regresso de Cristo.
Qual culpa que não anda solteira, o milagre não vem ao acaso. Se assim não
ocorresse teríamos de recorrer ao nosso brio linguístico para lhe atribuir
outro nome. Milagre não seria. Onde é que já se viu um milagre sem uma
turbulência prévia?
Já pensou na subida exponencial do preço dos combustíveis? Do transporte semicolectivo?
Da cesta básica? Dos materiais de construção? Das portagens? Não me vou
estender para a água e luz porque não estão no cerne do debate mas
(convenhamos, camaradas) custam cada vez mais os olhos da cara. Não me admira
se os consumíveis informáticos entrarem também nessa moda, o que irá
influenciar sobremaneira no incremento das mensalidades e propinas escolares. E
os medicamentos nas farmácias? A lista já vai longa! Escuso-me aqui de me referir
às cervejas, pensões e despesas afins. Os boémios que se virem! Ah, e já me
esquecia, há, entre tudo isso, alguém que se interesse na perscruta da
nossa árvore genealógica para nos dar o assento. De quem és filho? Onde é que
combateu? São as perguntas que não cessam.
Mas nem tudo é mau! Lá de cima há um Deus que nos guia os caminhos cá na
terra. Não se aflijam, camaradas. Tudo (mas tudo mesmo) que nos rói deriva da
guerra entre a Rússia e a Ucrânia (não é!?). Ele sabe disso. Vem daí esta luz
da TSU. Ele pode ser tudo menos distraído. Em meio à turbulência que é sempre
causada por outros, traz uma solução para os problemas desses outros. É sempre
assim.
E em breve será domingo. Lá estaremos, empoleirados em “hosanas nas alturas”.
Somos adultos!
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