quarta-feira, 6 de julho de 2022

TASAVER: não haverá TSU que baste!

Eis-nos aqui nesta azáfama pela tabela salarial que se espera única e histórica. Muitos adjectivos à volta (não é?). Não é um caso novo: já nos habituaram os informes anuais sobre o estado da nação: muito adjectivados e opulentos. Dá para perceber que Camões pusera cá os pés e, do túmulo onde jaz, regozija-se pelo feliz facto de a sua língua ter assentado cá os arraiais. Mas essa é uma conversa com teor avaliativo cujos resultados não serão positivos para todos filhos da pérola, do mais distinto ao mais pacato. Por isso, deixemos. É melhor!

Falava, então, da famosíssima, tempestiva, milagrosa, salvadora, histórica e única tabela salarial que por muitos é aguardada na mesma proporção com que se aguarda pelo regresso de Cristo.

Qual culpa que não anda solteira, o milagre não vem ao acaso. Se assim não ocorresse teríamos de recorrer ao nosso brio linguístico para lhe atribuir outro nome. Milagre não seria. Onde é que já se viu um milagre sem uma turbulência prévia?

Já pensou na subida exponencial do preço dos combustíveis? Do transporte semicolectivo? Da cesta básica? Dos materiais de construção? Das portagens? Não me vou estender para a água e luz porque não estão no cerne do debate mas (convenhamos, camaradas) custam cada vez mais os olhos da cara. Não me admira se os consumíveis informáticos entrarem também nessa moda, o que irá influenciar sobremaneira no incremento das mensalidades e propinas escolares. E os medicamentos nas farmácias? A lista já vai longa! Escuso-me aqui de me referir às cervejas, pensões e despesas afins. Os boémios que se virem! Ah, e já me esquecia, há, entre tudo isso, alguém que se interesse na perscruta da nossa árvore genealógica para nos dar o assento. De quem és filho? Onde é que combateu? São as perguntas que não cessam.

Mas nem tudo é mau! Lá de cima há um Deus que nos guia os caminhos cá na terra. Não se aflijam, camaradas. Tudo (mas tudo mesmo) que nos rói deriva da guerra entre a Rússia e a Ucrânia (não é!?). Ele sabe disso. Vem daí esta luz da TSU. Ele pode ser tudo menos distraído. Em meio à turbulência que é sempre causada por outros, traz uma solução para os problemas desses outros. É sempre assim.

E em breve será domingo. Lá estaremos, empoleirados em “hosanas nas alturas”. Somos adultos!

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