O edifício multifuncional da cidade de Chókwè que há
décadas fora palco de grandes realizações culturais vale mais pelas memórias do
que pelo que possa oferecer nos dias que correm.
Antiga, em destroços, paredes que racham a cada dia, teto
que se esvai a cada instante, detalhes ornamentais que remontam o olhar a um
esplendor já não mais vivido, é o cenário actual do Auditório Municipal de
Chókwè, uma infraestrutura imponente sita no 1º bairro da cidade de Chókwè, a 120
Km da cidade capital, Xai-Xai, província de Gaza.
“Este
edifício é histórico para mim: a primeira vez que assisti a um filme em tela
gigante foi neste lugar. Sentia, portanto, que estava numa cidade” frisa-me, com ar nostálgico, um munícipe que conhecera o
Auditório Municipal de Chókwè quando ainda era digno desse nome.
A infraestrutura conta com uma multiplicidade de espaços
bastante congéneres e com uma utilidade excepcional do ponto de vista cultural.
Evidencia-se, a priori, a Biblioteca
que ainda é funcional e que está sobre a égide do Conselho Autárquico e com uma
diversidade bibliográfica, digna de realce. Conta também com uma discoteca que
actualmente está sobre a gestão de uma eminente personalidade local. O bar, o
cinema, o átrio aberto entre a biblioteca e a discoteca, esses, estão em
completo desuso de tal maneira que fortificam a âncora que prende a infraestrutura
na masmorra da degradação.
“O que intensifica
esta degradação é aparente disputa para a sua gestão: o Conselho Autárquico, através
da vereação da cultura, tem interesses óbvios em gerir o edifício na sua
totalidade porque aparentemente a entidade responsável pela discoteca, na
verdade, não tem sido muito proactiva.” – lamenta um activista cultural
cujas intenções de realizar um evento no local não surtiram efeito devido ao
estado drasticamente degradado da infraestrutura.
Este é um dentre tantos exemplos de infraestruturas
culturais ao longo da província de Gaza que por injustificadas razões vão
minguando na degradação e que só podem servir o propósito a que estão
destinadas se forem tomadas medidas concretas e estratégicas para a gestão
dessas casas culturais. Essas medidas passam por: instalar no local um órgão de
gestão, seja a vereação da cultura, uma direcção distrital ou uma casa de
cultura a nível distrital; criar abertura para uma gestão privada competente
que tenha participação estatal de modo a garantir a preservação do património
local e que sirva efectivamente aos interesses estatais. Ademais, pode-se interagir
permanentemente com os agentes culturais locais com vista a revitalização
desses espaços e da cultura no seu todo.
O que intensifica esta degradação é aparente disputa para a sua gestão.
ResponderEliminareu nao sei exatamente como isso acontece, mas a verdade e esta. e maior numero dos auditorios municipais, esta desta aparencia velha. talvez o problema seja por termos espulsado o colono, ja que foram eles a fazer, assim da mesma forma precisa-se dos mesmos para a sua devida reabilitacao, (talvez).
Custa-me inventariar o que esteja a falhar. Mas suponho que muito pode ser feito em prol desta e mais infraestruturas. Relativamente a sua suposição, não creio que seja esse o caminho.
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