terça-feira, 28 de outubro de 2025

Anotações sobre a arte de “escrever para não esquecer; para reter a vida; para continuar vivo”

“a literatura enquanto arte é um dos mecanismos mais antigos de luta contra o esquecimento” [Noa (2025, p. 15)]. Por isso, no universo de tantos anseios que temos, como nação, relativamente à figura de José Craveirinha, o que “definitivamente não queremos é o esquecimento, mas, sim, preservar e valorizar a sua memória” [op. cit. p. 13]

Com estas palavras extraídas entre as páginas 13 e 15 do livro sobre o qual queremos conversar, saúdo a comunidade universitária da UniSave, aos membros e convidados da Associação Cultural Xitende e, destacavelmente, ao Professor Francisco Noa, autor deste “José Craveirinha, esse mandarim”.

Quando tomei conhecimento do desafio de fazer a apresentação deste livro,  fiquei dividido entre a honra que para mim representa este acto e a assunção da minha pequenez para tamanha responsabilidade. Provavelmente tenha feito uma má selecção vocabular decorrente desse assombro. Não fiquei dividido. Na verdade, fiquei preocupado. E não é para menos.

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Como é que o feminismo responderia a isto?

Parte 1. 

"  Espera um minuto, irmão. Não senta aí e diga que a maioria dos homens negros estão fazendo a coisa certa. Se existisse, 60% das famílias negras não seriam lideradas por mulheres. E, portanto, nossas comunidades não estariam como estão. Nossos meninos não seriam gays. Não estariam andando nas ruas, ok? E eles teriam actividades de lazer construtivas, irmão. Não senta aí para mentir na televisão e para toda a comunidade negra. Você está a se prostituir, irmão!"

Estas foram as palavras atiradas ao ar por um espectador na plateia, enquanto decorria o debate entre duas figuras: prof. Richard Majors, psicólogo e autor do livro Cool Pose (Os dilemas da masculinidade negra dos E.U.A) e a escritora Shahrazad Ali.

quinta-feira, 24 de julho de 2025

Tasaver: as entrelinhas por detrás da azáfama na avenida 24 de Julho, n. 1420

Por mais que não sejas formalmente associado, é inevitável não tomar conhecimento das três listas que pretendem dirigir os destinos da Associação de Escritores Moçambicanos (AEMO) nos próximos três anos. Os telemóveis andam pejados de cartazes com fotografias e slogans, autênticos chavões que nos remetem ao mesmo cenário vivido na nossa política doméstica: exposição de pessoas e não de ideias.

sexta-feira, 25 de abril de 2025

Não se atenha aos modismos de época. Faça a tua arte!

“(...) Halloween jogou o campeonato dele, enquanto os outros estavam numa liga, ele estava noutra em que só ele estava.”
                                                       Álvaro Taruma

A escrita é terra movediça. Caminhar sozinho, sem observar os outros pode ser bom. Mas pode, igualmente, ser fatal. Escolhe!

quinta-feira, 24 de abril de 2025

Ghostwriter e agente literário _ dois ausentes necessários no nosso “sistema literário”

Esta coisa dos títulos tem das suas. Umas vezes esclarecedoras. Outras vezes desviantes. Algumas, enfim, estão lá como a folha de louro está para alguns pratos: lá está, mas nem todos dão-se conta da sua presença ou ausência. 

sexta-feira, 21 de março de 2025

Se não tens um editor/revisor/crítico que te tira sono, estás perdido!

Quer queiramos, quer não, há gente que é paga para ser chata. Salvo o crítico que nada recebe por isso. Já tivemos essa conversa em outras ocasiões e não há necessidade de retorná-la.
O escritor é um ser que vive de tentativas. Gosta de experimentar. Faz parte do processo criativo: testar hipóteses de geração de sentido; apagar; repensar; transgredir; inovar. Enfim, é, regra geral, um ser insatisfeito com o que está estabelecido.