Nunca escrevi tão mal em toda minha
vida:
semimorta, quando vivida em pessoa
e viril, quando construída pelo
demente escritor
que tenho em mim.
Não sei para que bosque levei meus
escritos!
Cedi minha razão a gramáticas policiantes
e deixei a minha escrita guiar-se por
gramaticalismos
sempre desnorteantes, como os olhos de
um homenzinho
etariamente inocentado,
em uma grande cidade.
Logo eu que sempre fui de
nacionalismos linguísticos
que só um português made in Mozambique me confere,
livrando-me de nativismos e escreveres
escravizantes.
Não haverá na legislação literária,
uma regra, uma licença…
não a dogmatizante mas a que dê
direitos plenos
de subverter as letras literárias?
Ah! Nunca escrevi tão mal, tão feio em
toda minha vida!
Vesti minhas letras de balalaica
que ninguém mais usa em terras daqui!
embrulho minhas palavras em cachecóis
vermelho-verde
como se aqui esfriasse como lá…
Quando tenho por perto, um véu de cinco
cores
para colocar nelas e deixa-las mais
lindas,
mais naturais, ostentado o selo made in Mozambique…
Oh! Nunca me senti tão provinciano
ultramarino em toda minha vida!
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